quarta-feira, 6 de junho de 2007


Gaia(Terra) precisa da energia nuclear
OPINIÃOJAMES LOVELOCKESPECIAL PARA O "INDEPENDENT" Sir David King,





conselheiro-chefe de ciência do governo britânico, enxergou longe quando disse que o aquecimento global é uma ameaça mais séria do que o terrorismo. Ele pode até ter subestimado a ameaça, porque, desde que falou, novas evidências de mudança climática sugerem que ela possa ser ainda mais séria, o maior perigo já enfrentado pela civilização.A oposição à energia nuclear está baseada em medo irracional A maioria de nós está consciente do aquecimento em alguma medida. Os invernos estão mais quentes, e a primavera está chegando mais cedo. No Ártico, porém, o aquecimento é mais que duas vezes maior do que na Europa, e no verão torrentes de água de degelo escorrem das geleiras quilométricas da Groenlândia.A completa dissolução de suas montanhas de gelo tomará tempo, mas, quando ocorrer, os mares terão subido sete metros, o bastante para tornar inabitáveis todas as cidades baixas costeiras do mundo, incluindo Londres, Veneza, Calcutá, Nova York e Tóquio. Mesmo uma elevação de dois metros seria o bastante para pôr a maior parte do sul da Flórida debaixo d'água.O gelo flutuante no oceano Ártico é ainda mais vulnerável ao aquecimento. Em 30 anos, sua superfície de gelo branco refletor, que tem a área dos Estados Unidos, pode tornar-se um mar escuro, que absorve o calor da luz solar estival e com isso apressa ainda mais o fim do gelo da Groenlândia. O pólo Norte, meta de tantos exploradores, será então não mais que um ponto na superfície do oceano.E não é apenas o Ártico que está mudando. Climatologistas avisam que um aumento de 4C na temperatura é o suficiente para eliminar as vastas florestas da Amazônia, uma tragédia para seu povo, para sua biodiversidade e para o mundo, que perderia um de seus grandes condicionadores de ar naturais.Os cientistas que trabalham no Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) relataram em 2001 que a temperatura global subiria entre 2C e 6C até o ano 2100. Sua previsão sombria tornou-se perceptível com o calor excessivo do último verão. De acordo com meteorologistas suíços, a onda de calor européia que matou 20 mil pessoas foi inteiramente diversa de qualquer outra onda de calor. A chance de que seja apenas um desvio da norma é de 1 em 300 mil. É um alerta de que coisas piores virão.O que torna o aquecimento global tão sério e urgente é que o grande sistema da Terra, Gaia, está aprisionado num círculo vicioso de feedback positivo. O calor extra de todas as fontes -seja dos gases do efeito estufa [retenção de radiação solar na atmosfera], seja do desaparecimento do gelo ártico ou da floresta amazônica- é amplificado, e seus efeitos não se resumem à somatória. É quase como se tivéssemos acendido uma lareira para nos aquecer e deixado de notar que, à medida que empilhávamos a lenha, o fogo saía de controle e a mobília já estava em chamas. Quando isso acontece, há pouco tempo para controlar o fogo antes que ele consuma a casa. O aquecimento global, como um incêndio, está se acelerando, e quase não sobra tempo para agir.O que devemos fazer, então? Podemos continuar a gozar um século 21 mais quente, enquanto ele durar, e fazer tentativas cosméticas, como o Protocolo de Kyoto, para camuflar o embaraço político do aquecimento global, e temo que isso seja o que vai ocorrer em boa parte do mundo.Quando, no século 18, apenas 1 bilhão de pessoas vivia na Terra, seu impacto era pequeno o bastante para que não importasse que fonte de energia usavam. Mas, com 6 bilhões para mais, restam poucas opções; não podemos continuar a extrair energia de combustíveis fósseis, e não há chance de que as fontes renováveis -vento, marés e hidrelétricas- possam prover a energia necessária em tempo hábil.Se tivéssemos 50 anos ou mais, poderíamos fazer delas nossas fontes principais, mas não temos 50 anos. A Terra já está tão incapacitada pelo veneno insidioso dos grases-estufa que, mesmo se pararmos de queimar combustíveis fósseis imediatamente, as conseqüências pelo que já fizemos durarão ainda mil anos. Cada ano em que continuamos a queimar carbono torna as coisas piores para nossos descendentes e nossa civilização.Pior, queimar vegetais cultivados para combustível pode acelerar o declínio. A agricultura já usa terra demais necessária para o planeta regular seu clima e sua química. Um carro consome 10 a 30 vezes mais carbono do que seu motorista; imagine o acréscimo de terras necessário para satisfazer o apetite por carros.Sim, vamos usar a pequena contribuição das fontes renováveis sensatamente, mas uma única fonte imediatamente disponível é incapaz de causar aquecimento global -a energia nuclear. É verdade que queimar gás natural em lugar de carvão ou petróleo emite a metade de gás carbônico (CO2), mas o gás não-queimado é um gás-estufa 25 vezes mais potente do que CO2. Um pequeno vazamento já neutralizaria a vantagem do gás natural.A perspectiva é sombria, e, mesmo que atuemos com sucesso na mitigação, ainda haverá tempos difíceis, como na guerra, que vão pressionar nossos netos até o limite. Somos resistentes, e será preciso mais que uma catástrofe climática para eliminar toda a reprodução entre casais humanos. O que está em risco é a civilização.Como animais individuais não somos tão especiais e, de certo modo, somos como uma doença planetária, mas por meio da civilização nos redimimos e nos tornamos um patrimônio precioso para a Terra -ao menos porque, por nossos olhos, a Terra se viu a si mesma em toda a sua glória.Há uma chance de que sejamos salvos por um evento inesperado, tal como uma série de erupções vulcânicas intensas o suficiente para bloquear a luz solar e, assim, esfriar a Terra. Mas somente perdedores apostariam suas vidas com chances tão pequenas. Quaisquer que sejam as dúvidas sobre o clima futuro, não há dúvida de que gases-estufa e temperaturas estão ambos subindo.Permanecemos na ignorância por muitas razões; importante, entre elas, é a negação da mudança climática nos EUA, em que os governos têm falhado em dar a seus climatologistas o apoio de que necessitam. Os lobbies verdes, que deveriam dar prioridade ao aquecimento global, parecem mais preocupados com as ameaças às pessoas do que à Terra, sem perceber que somos parte dela e totalmente dependentes de seu bem-estar. Pode ser preciso um desastre pior do que o último verão europeu para nos despertar.A oposição à energia nuclear está baseada em medo irracional, alimentado pela ficção de estilo hollywoodiano, pelo lobby verde e pela mídia. Esses receios são injustificados, e a energia nuclear tem provado, desde o seu início em 1952, ser a mais segura das fontes de energia.Precisamos parar de tremer diante dos diminutos riscos estatísticos de câncer por compostos químicos e radiação. Cerca de um terço de nós morrerá de câncer, de todo modo, principalmente porque respiramos ar carregado com o carcinogênico mais comum, oxigênio. Se falharmos em concentrar nossas mentes no perigo real, o aquecimento global, poderemos morrer ainda mais cedo de superaquecimento, como os mais de 20 mil infelizes na Europa do verão passado.Considero triste e irônico que o Reino Unido, que lidera o mundo na qualidade de seus cientistas da Terra e do clima, rejeite seus avisos e conselhos e prefira ouvir os Verdes. Mas eu sou um Verde e convoco meus amigos no movimento a abandonar sua objeção equivocada à energia nuclear.Mesmo que estejam certos em relação aos perigos, e não estão, seu emprego mundial como fonte principal de energia representaria uma ameaça insignificante, se comparada com os riscos de ondas de calor intoleráveis e letais e com a elevação dos mares que inundaria as cidades costeiras.Não temos tempo para experimentar com fontes visionárias de energia; a civilização está em perigo iminente e tem de empregar energia nuclear -a única fonte segura disponível- agora, ou então suportar a dor que logo lhe infligirá nosso planeta enfurecido.James Lovelock, 84, britânico, é escritor, cientista independente e criador da hipótese Gaia, segundo a qual a Terra é um organismo auto-regulado


http://eptv.globo.com/busca/buscaavancada_interna.asp?id=174525&publicar=20/05/2007%2013:28:00

Lula já aprovou construção de Angra 3, segundo o ValorNo governo Lula, a oposição remanescente ao projeto é da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.


Brasília- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu tirar da gaveta o projeto de construção da Usina Nuclear Angra 3. A decisão foi tomada há cerca de um mês, numa reunião realizada no Palácio do Planalto com a presença de poucos ministros. Decidido a dar prioridade ao projeto, o presidente resolveu participar da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), órgão deliberativo dos projetos de energia, que debaterá a retomada da construção de Angra 3, noticiou nesta segunda-feira o Valor Online.A reunião do CNPE ainda não foi marcada por causa de problemas na agenda de Lula, mas a expectativa, segundo informou ao Valor o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, é que ela aconteça em meados de junho. O governo Lula vinha debatendo o assunto desde 2003, mas em 2004 entrou em banho-maria por causa de resistência imposta pela então ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, hoje titular da Casa Civil. Dilma resistia à idéia por causa do elevado preço da energia nuclear, mas acabou cedendo depois de reconhecer que o Brasil precisa ampliar urgentemente sua matriz energética e que, neste momento, outras fontes alternativas de energia consideradas pelo governo estão com preços iguais ou superiores ao da energia nuclear. Em junho de 2004, o presidente Lula determinou que o governo iniciasse a revisão do Programa Nuclear Brasileiro, com vistas à retomada ou não dos projetos de construção de usinas. Essa revisão ficou pronta no fim do primeiro semestre de 2006, às vésperas, portanto, do início do processo eleitoral. Nessa ocasião, a ministra Dilma Rousseff já teria mudado de opinião, passando a apoiar a construção de Angra 3. Como se trata de um assunto polêmico, o presidente Lula decidiu adiar a discussão para depois das eleições. Em janeiro deste ano, o ministro Sérgio Rezende, um entusiasta de Angra 3, conversou com Lula sobre o assunto e participou de apresentação detalhada do projeto à ministra-chefe da Casa Civil. Em abril, poucos dias após a conclusão da reforma ministerial, foi a vez de o presidente Lula conhecer em detalhes, numa reunião no Palácio do Planalto, que durou cerca de três horas, o projeto de Angra 3. O presidente aprovou a proposta e recomendou imediatamente aos ministros da área que bolassem uma forma de se comunicar com a sociedade sobre a retomada das usinas nucleares. A preocupação de Lula é justificável. Desde os acidentes das usinas nucleares de Chernobyl, na antiga União Soviética, e de Three Miles Island, nos Estados Unidos, houve uma retração no ritmo de expansão dessa forma de energia. Os baixos preços do petróleo verificados na primeira metade dos anos 90 também contribuíram para essa retração. No início desta década, no entanto, a situação inverteu-se. Preocupações com as mudanças climáticas e a explosão dos preços do petróleo colocaram a energia nuclear novamente em pauta. Neste momento, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), dez países estão construindo 24 usinas nucleares (ver tabela). " A descoberta dos danos à camada de ozônio, o protocolo de Kyoto, a mudança de posição de ambientalistas de renome como James Lovelock, autor da Teoria de Gaia, e a disparada do preço do petróleo mudaram bastante o cenário. Hoje, se fala na Renascença da área nuclear " , diz relatório elaborado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. No governo Lula, a oposição remanescente ao projeto é da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Em janeiro de 2007, em Nairóbi, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentou a energia nuclear como uma das fontes que menos contribuem para o efeito estufa.Na geração de um megawatt, ao longo de um ano, uma termelétrica de carvão libera na atmosfera cinco mil quilos de CO2, SO2 (dióxido de enxofre, a origem da chuva ácida), cinzas e metais pesados; uma usina de óleo produz quatro mil e oitocentos quilos e a de gás natural dois mil e quatrocentos quilos. Os resíduos liberados para a atmosfera de uma usina nuclear somam 23 quilos, no mesmo período, sendo que apenas um quilo de resíduos de alta atividade. O projeto de construção da usina Angra 3, orçado em cerca de R$ 7,2 bilhões, prevê o início de funcionamento no fim de 2012. Hoje, a energia nuclear representa apenas 1,5% da matriz energética brasileira. Com Angra 3, pode aumentar para algo entre 4% a 5% em 20 anos. Na reunião do CNPE, o presidente da Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro Silva, apresentará também a proposta de armazenamento dos rejeitos nucleares, o principal óbice levantado pelos ambientalistas na oposição à construção de novas usinas nucleares. Em linhas gerais, a idéia é promover licitações para que os municípios interessados em abrigar esses armazéns recebam recursos federais em troca. A expectativa é que municípios do semi-árido nordestino se disponham a receber contêineres blindados com os rejeitos em troca de recursos financeiros. Hoje há mais de 100 depósitos em operação no mundo, sem que se tenham notícias de problemas de maior gravidade. O projeto do governo prevê um índice de nacionalização de 70% em Angra 3. Os principais componentes já foram comprados, ao custo aproximado de US$ 750 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão). Para tentar dobrar a animosidade dos ambientalistas, o governo está se cercando de cuidados quanto à segurança. A usina terá uma espécie de couraça capaz de resistir ao choque de um avião grande. Os defensores da instalação de novas usinas nucleares defendem a reativação do programa como uma forma de o país não perder o passo tecnológico. O Brasil já domina o ciclo de enriquecimento do urânio natural - programa desenvolvido pela Marinha - e tem reservas aferidas de urânio de 310 mil toneladas estocadas e de cerca de mais de 800 mil toneladas estimadas. É a sexta maior reserva comprovada do planeta, mas entre os cientistas há convicção de que pesquisas mais apuradas podem levar o país à terceira posição. " Temos minério para alimentar as três usinas por 520 anos " , diz o ministro Sérgio Rezende. Num exercício feito pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral mesmo com Angra 3 e a construção de mais dez usinas até 2043 " nossas necessidades de urânio estariam em torno de 150 mil toneladas, o que nos traria um excedente, em relação às reservas, superior a 150 mil toneladas que poderiam ser comercializadas no mercado mundial, progressivamente carente " . Nos últimos três anos o preço do urânio saltou de US$ 12 por libra peso para US$ 90. Atualmente, a França e a Coréia do Sul tentam comprar urânio brasileiro, mas a decisão do governo é de não exportar urânio natural. As informações são do Valor Online.


terça-feira, 5 de junho de 2007


Petrobras abre 163 vagas e seleciona profissionais de reserva



da Folha Online
A Petrobras iniciou nesta segunda-feira (4) as inscrições para um concurso que preencherá 163 vagas em diversas cidades em que a Petrobras tem instalações e selecionará profissionais para formar um cadastro de reserva. Os salários vão de R$ 835,12 a R$ 3.426,47.
O processo seletivo é organizado pelo Cespe (Centro de Seleção e de Promoção da Eventos), da Universidade de Brasília, que disponibiliza em seu
site a ficha de inscrição e a íntegra do edital.
As inscrições podem ser feitas apenas pela Internet até o dia 26 de junho. As taxas de vão de R$ 27 (vagas de nível médio) a R$ 40 (nível superior).
Segundo o edital, são oferecidos 116 empregos de nível superior: 11 vagas de engenheiro de equipamentos e uma de biólogo (salários de R$ 3.426,47); 100 vagas de administrador, três de médico e uma de enfermeiro (salários de R$ 3.119,22).
Também h[a 47 vagas de nível médio: 24 vagas de técnico em mecânica ou manutenção, sete de técnico de geologia ou mineração, seis de técnico de instrumentação, três de técnico em segurança do trabalho, três de técnico em edificações, duas de técnico em eletricidade ou eletrotécnica, uma de técnico em eletrônica (salários de R$ 1.189,05); uma para técnicos em administração, contabilidade, logística, suprimento ou comércio exterior (salário de R$ 835,12).
O concurso também vai selecionar profissionais para formar um cadastro de reserva. Os candidatos com melhor classificação são convocados à medida que surgirem vagas.
As provas serão realizadas nas cidades de Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macaé (RJ), Maceió (AL), Manaus (AM), Mauá (SP), Montes Claros (MG), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Quixadá (CE), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos (SP), São Francisco do Sul (SC), São José dos Campos (SP), São Luís (MA), São Mateus do Sul (PR), São Paulo (SP) e Vitória (ES).